Ev.a Black

Sob a luz dourada, a vida renasce,

Eva Negra, em sua graça, abraça.

Adão, a seu lado, testemunha em silêncio,

A história recontada, um novo começo.

Peles entrelaçadas, destino compartilhado,

Em galhos e serpente, o mito é recriado.

Num sopro divino, a diversidade exaltada,

Em cada olhar, uma nova alvorada.

"Eva" e "a", juntos, a história reescrevem,

Em cada imagem, verdades se tecem.

Num jardim de luz, a humanidade celebra.

No princípio, a luz dançou sobre a vastidão, tecendo os primeiros fios do ser. Na tapeçaria do tempo, a criação do homem e da mulher emergiu como um dos atos divinos mais sublimes, uma história eternamente contada e recontada através das eras. Essa narrativa, tão antiga quanto o próprio tempo, tem sido tradicionalmente adornada com as figuras de Adão e Eva, símbolos do início humano, quase sempre retratados em pele branca, como se a alvorada da humanidade fosse pintada com uma única cor.

Porém, um questionamento ecoa pelas sombras do passado: por que essa representação unidimensional? Será que as raízes do racismo se entrelaçam com os primeiros capítulos da nossa história? Inspirado por essas indagações, surge uma série fotográfica que se atreve a olhar para além do convencional, desafiando o olhar e a mente a reconhecer a beleza e a dignidade inerentes à diversidade.

"Eva Negra" ou "Ev.a Black", uma homenagem à essência feminina e à sua força primordial, reimagina esse mito ancestral sob uma nova luz. Adão e Eva, agora representados com pele preta, emergem não apenas como figuras bíblicas, mas como emblemas de uma humanidade rica em tonalidades, cada uma carregando a profundidade de histórias não contadas. Através de galhos entrelaçados e luzes douradas, essa série transcende o tempo, enquanto a presença sutil da serpente e o momento da mordida da maçã tecem complexidade e tentação ao enredo.

Nesta reinterpretação, o protagonismo se desloca suavemente para a mulher, refletindo uma mudança na narrativa que honra sua influência e papel central. "Ev.a Black" não é apenas um título; é uma declaração de intenções, um convite a ver a criação sob um prisma inclusivo, onde a diversidade é celebrada como a verdadeira cor da existência.

A beleza de ser, em sua essência, sem reserva.